segunda-feira, 5 de novembro de 2012

CONTOS DE FADAS





"O que é mais impressionante aqui não é apenas a sua atribuição desta exaltante noção de desejo à sua primeira adolescência - o facto pertinente não é que ela tenha sofrido mas que recorde ter sofrido - como se tivesse recoberto a sua evocação pela linguagem sugerindo um conto de fadas."


(Thomas Nevin:"Simone Weil - Portrait of a Self-Exiled Jew")



Nevin refere-se a um fenómeno psicológico demasiado conhecido, e talvez esteja influenciado pela 'má vontade' presente desde o princípio na sua força iconoclasta. De facto, como americano, fora da tradição filosófica de Weil, procura ser justo, mas à maneira dum procurador do 'temperamento'  anglo-saxónico.

Desde logo, a insistência em todas as peculariedades duma personalidade fora do comum para despistar uma mania. E isso equivale a instruir, em paralelo à análise das ideias, um processo 'mental'.

A essa luz, até um santo 'ecuménico' como S. Francisco podia ser definido como um louco ('louco de amor' diria Simone).

Quanto à espécie de mitomania construída a partir da infância por tantos heróis da humanidade, não é isso, no fundo,  o que quer dizer 'acreditar em si próprio'? É preciso lembrar que a inspiração que nos vem da infância podia ser definida como um 'conto de fadas'?


0 comentários: