terça-feira, 20 de novembro de 2012

A COZINHEIRA NA ADMNISTRAÇÃO

Isaac Le Chapelier



"Foi uma lei revolucionária ( a Lei Le Chapelier de 14/6/1791) que aboliu as corporações, as associações de trabalho e de ajuda mútua, as assembleias de camponeses e de operários."

(Fr.Jean-Michel Potin)



A Revolução foi centralizadora, mas a figura do rei deixara de ser  o centro. O povo, abstracção racional, passou a tomar o lugar do monarca. O absolutismo preparou essa passagem a partir do momento em que se identificou com o Estado. 'L'état c'est moi' era uma usurpação incompreensível para um 'ungido do Senhor'. A natureza do estado é outra e ninguém a compreendeu melhor do que o autor daquela declaração prepotente.

Luís XIV conheceu a Fronda e o poder dividido, com a sensibilidade de um estadista. Estou a pensar no filme que Rossellini fez para a televisão. Aí se vê, que na peugada do seu mestre, Mazzarini, foi o grande percursor da centralização do estado europeu. Tal como a Razão, que os jacobinos iriam endeusar um século depois, o Estado é um poder redutor de qualquer poder paralelo.

Assim, os 'pais' da revolução moderna começaram por atacar tudo o que pusesse em causa o novo princípio dum poder regido pela racionalidade administrativa, incluindo todas as formas, algumas das quais foram recuperadas depois, de expressão e de organização populares.

É que a administração é racional em si mesma. Assim Lenine a concebia, já separada do político e podendo ser confiada a uma simples cozinheira.

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