segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

A MÚSICA DOS BÁRBAROS


Ludwig Van Beethoven (1770/1827)


"É a oposição à ideia duma organização racional muita avançada da obra, à indiferença entre as dimensões do material, que tornou manifesto o carácter reaccionário de processos como os de Stravinsky e de Hindemith: reaccionário precisamente do ponto de vista técnico, sem ter em conta, em primeiro lugar, a posição social."

"Philosophie de la nouvelle musique" (Theodor Adorno)


Adorno analisa o novo papel da variação e do desenvolvimento na música do século XX, que tenderia a abolir "a contradição, fundamental na música ocidental, entre a polifonia da fuga e a homofonia da sonata."

E diz que passou a existir entre os vários elementos uma indiferença, em que se fundem o horizontal e o vertical.

A subjectividade romântica dum Beethoven terá iniciado essa deriva para longe do cânone, com a crescente individualização da música moderna e o seu isolamento em relação a um público, ao mesmo tempo que manifesta uma maior liberdade e uma maior coerência.

Mas a outra música nunca teve tanto público. E se pensarmos na importância que ela tinha na educação dos Gregos, temos que concluir que a sua evolução, contra o platonismo de "As Leis", se fez no sentido da generalização do "modo lídio" e da influência dos "Bárbaros".

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