quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

A CRIAÇÃO DO INTÉRPRETE



"Esta exterioridade do simbólico em relação ao homem é a própria noção do inconsciente. E Freud constantemente provou que fazia questão disso, como do princípio mesmo da sua experiência."

"Écrits" (Jacques Lacan)


O homem recebe a linguagem e nela afunda a sua alma e os seus instintos, "cujo fundo ressoa na profundeza apenas por repercutir o eco do significante."

Com o que é que se parece este eco em nós do que nos ultrapassa (o sistema simbólico, ou o mundo 3 de Karl Popper) e se oferece â interpretação, desde que haja um intérprete?

É interessante comparar isto com uma certa ideia da Física Quântica que pretende que um estado contraditório da matéria (igualmente isto e o seu contrário) só se actualiza e "decide", quando existe um observador.

A introdução da linguagem no corpo e a criação do inconsciente psicanalítico corresponderiam, assim, de certo modo, a um novo homem, apenas pela actualização duma virtualidade.

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