Jean-François Paul de Gondi, cardinal de Retz (1613-1679) .
Uma das coisas que me intriga em Simone Weil é a sua admiração pelo Coadjutor de Paris ( o futuro Cardeal de Retz ).
Ninguém pode deixar de render-se ao estilo do homem, à sua energia, lucidez e coragem, ao seu golpe de asa. Mas, enfim, era um ambicioso para quem a sotaina e o barrete cardinalício foram o que as armas ou a sedução representaram para outros: um meio para atingir a fama e o favor do povo (aquela que, de qualquer modo, só as "Memórias" lhe garantiram em absoluto).
O que há então neste homem tão próximo da irreligião e da mundanidade que justifique a excepção da filósofa, cujo juízo foi noutros casos tão severo e exclusivo?
Retz, decerto, não procurava a grandeza à maneira dos Romanos e foi, talvez, se não é uma contradição nos termos, um poeta da política, apaixonado pela acção pura, numa época em que a política não se tinha tornado ainda numa profissão e quase no estigma que é para nós hoje.
E vejo no amor de Simone pela Pólis grega uma possível explicação para admirar este homem verdadeiramente livre no meio das facções e dos perigos.
1 comentários:
Quanto ao seu blog apenas uma palavra me surge de repente: EXCELENTE.
Parabéns, hei-de voltar.
Um abraço:
Rui
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