sábado, 3 de dezembro de 2005

A MAGIA DO NATAL




Gosto muito de cinema e mesmo do cinema na televisão, embora aí perca toda uma dimensão que faz, talvez, o seu encanto na minha memória.

Mas esse sentimento e essa tolerância não se estendem à televisão enquanto tal.

E penso que é a sua função psicótica (contra a ideia dum desafecto do espectador, na linha dum Mc Luhan) que me repele.

A ideia de que é possível transformar a vida em entertainment (quaisquer que sejam, evidentemente, os conteúdos), com um serviço canalizado a ocupar-nos todos os instantes e horas, a tomar conta dos nossos medos e dos nossos desejos como se a sociedade fosse um lar da terceira idade, é isso que a diferencia tão radicalmente do cinema.

Eu sei que ninguém passa a vida diante da televisão (a não ser alguns tele-dependentes), mas não é preciso tanto para já vivermos no entertainment.

A coisa mais lúgubre que se pode imaginar é, por exemplo, a expressão magia do Natal, na fala da publicidade e da televisão.

Magia é mesmo o que eles matam em primeiro lugar.

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