Jules Lagneau (1851/1894)
"Para o meu antigo aluno,
Maurice Toesca.
Este livro, dizia-lhe eu, tem esta facilidade que consiste em ser difícil, e esta clareza que vem duma extrema obscuridade. O meu mestre deu-me a conhecer a sua divisa, Clarum per obscurius que é um grande segredo. Leia pois estas etapas do homem (como eu gosto de dizer) e pense em mim até me impedir de morrer.
De resto, não se morre!
Coragem, pois, meu querido amigo."
(Dedicatória de Alain num exemplar de "Les Dieux")
Em Esmoriz, o céu. O azul esconde o firmamento, como um olhar que não nos revela a alma.
Não há astros, nem lua, a luz apenas e a cor.
Pelo esclarecimento, a treva cada vez maior. O contrário da divisa de Lagneau, "clarum per obscurius".
Assim na linguagem de todos os dias a evidência esconde as espirais do passado.
Por isso a "tabula rasa" é uma utopia de geómetra.
A abolição dos exames a português parece um ovni vindo dessa terra que não existe em lado nenhum.
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