No segundo episódio do "Decálogo", de K. Kieslowski, uma mulher enfrenta o dilema de abortar do único filho que pode ter, mas que não é do marido, se este sobreviver a um estado comatoso ou, no caso contrário, ser mãe e seguir o outro homem.
Ao intimar o médico a dar-lhe a certeza que ele não pode ter, pergunta se compreende que possa amar os dois homens.
O velho esquiva a resposta, mas, para salvar o bebé, acaba por jurar (contra a deontologia profissional), que o marido não tem qualquer hipótese.
No final, o morto regressa à vida e, agradecendo ao médico, comunica-lhe que vai ser finalmente pai.
Não sabemos se já sabe a verdade, ou se ela lhe será revelada um dia.
Mas nada parece, de facto, mais importante do que a nova vida.
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