Em "Syriana" (2005-Stephen Gaghan), conta-se a intriga dos lobbies americanos da energia e da sua ingerência no governo dos emirados árabes.
Moral da história: a maior economia do mundo tudo fará para garantir as suas fontes de energia.
Como esse objectivo é incompatível com a democracia e com a boa-consciência do "in God we trust", o sistema histeriza no seu perverso jogo de poderes paralelos e faz da corrupção o princípio recalcado nos discursos patrióticos e na fé dos direitos humanos.
Mas por que é que então o filme não parece uma denúncia, não muda coisa nenhuma e ainda por cima é um produto economicamente viável duma indústria milionária?
Há uma inércia tranquilizadora, apesar de toda a verdade poder ser dita.
Apesar do slogan, a verdade nem sempre é revolucionária.
Ou será que a verdade nunca poderá "aparecer" no cinema ou na televisão?
Não há aqui um caso de irrealidade do testemunho?
O regresso das distâncias (por falta de gasolina) num país que cresceu para o automóvel é uma visão suficientemente apocalíptica para não "dar razão" à verdade,
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