domingo, 4 de setembro de 2016

A GUERRA DE TRÓIA

"Munich" (Steven Spielberg)

"Munich" é um filme feito para não agradar a Gregos nem a Troianos.

É a sua honestidade e equilíbrio que o condenam aos olhos dos que viveram (e vivem) a tragédia.

E o facto dos principais actores representarem judeus, mesmo se para saberem, no final, que foram manipulados pelos serviços secretos israelitas, desvirtua de tal modo qualquer teoria sobre uma pretensa igualdade das causas que o filme falha necessariamente, quase diríamos, por razões gramaticais.

Há um sujeito com quem partilhamos a revolta e o amor, o heroísmo e o medo, a esperança e o desencanto, e esse sujeito é judeu.

A eficácia do estilo de Spielberg é mais do que demonstrativa. Mas não está nas suas mãos ajudar-nos a compreender a violência e o terror que se geram mutuamente.

As raízes não são razões, mas forças.

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