quarta-feira, 5 de junho de 2013

TELEOLOGIA

François Jacob

 

"A teleologia é, para o cientista, como uma amante que ele não é capaz de dispensar, mas que não ousa mostrar em público."

(François Jacob)

É possível pensar só no que vemos, como quer toda uma tradição filosófica que, nos tempos modernos, descende de Francis Bacon? A experiência e não mais do que ela?

Essa utopia teve de ser abandonada para que a ciência avançasse no invisível e no que não pode ser experimentado, gracas aos novos instrumentos, os quais, ao contrário do que pensava Aristóteles, que Bacon pretendeu renovar, não nos deram apenas prolongamentos da Lógica.

Assim, descolámos da Terra e ainda não paramos de projectar os novos cenários do universo que nos permitem 'compreender' os factos teóricos que resultam da investigação mais ou menos aleatória (só o não é completamente, porque a 'amante' de que fala François Jacob nos fornece a sedução do sentido, ou das 'finalidades' teoricamente pouco recomendáveis).

Deus convinha a um mundo imóvel e fechado. No nosso mundo aberto, o homem intuitivo só encontra abrigo nas visões do passado. Richard Thaler inventou a palavra Econ para corresponder ao 'agente racional' pressuposto pela doutrina económica dominante, que, obviamente, não existe, porque não somos 'animais racionais' a tempo inteiro (sem por isso sermos irracionais).

Um termo equivalente faz falta para designar o homem pressuposto pela Ciência.

 

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