quarta-feira, 26 de junho de 2013

AVATAR

http://themetamorphisis.wordpress.com/category/metamorphosis-2/from-the-ashes/

 

"Se cada pessoa se concebia a si mesma como parte de um todo, não considerava a sua relação com Deus como meramente pessoal."

"Levantar o Céu" (José Mattoso)


Não admira que tivéssemos de começar por uma espécie de esconjuro da Idade Média e do que ela representava. É contra esse céu escuro que o novo Prometeu ergue o seu archote. Será preciso dizer que a Reforma luterana é o princípio, envolto em 'trevas' ainda, da 'descolagem' dessa totalidade não-humana, isto é, não-racional?

Hoje, como não podia deixar de ser, somos mais justos com esse tempo com que gostávamos de comparar todos os regimes políticos 'anacrónicos'.

Um sem-número de estudiosos deu-nos a conhecer a extraordinária riqueza cultural que, verdade seja dita, era uma premissa das catedrais que desde sempre admirámos. Mas, para além disso, a aparente redundância e a complexidade da sua teologia preparou-nos para o salto da razão e para a explosão da linguagem abstracta. O conceito de Deus, em particular, permitiu a unidade totalizante e um sentido à própria lógica.

No universo, não já realmente antropomórfico, mas que tem a forma da nossa razão, é natural que se conceba a relação com Deus como um diálogo entre espíritos, onde uma razão infirme se compara com o seu avatar religioso.

 

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