domingo, 12 de maio de 2013

UM ESTETA?

Paul Dirac


"É mais importante que as nossas equações sejam belas do que tê-las prontas para a experimentação."

(Paul Dirac, citado por Karen Armstrong)

Desvio esteticista do grande físico? Mas, afinal, não são os problemas práticos 'conhecidos' que inspiram as grandes descobertas. Ou pode pensar-se que é um problema desse género, para se chegar a uma revelação maior que vai criar novos problemas.

A afinidade entre o Belo e o Verdadeiro é uma ideia platónica de grande alcance. Está acima, justamente, do caso individual, do problema específico, da própria razão (o espírito geométrico de Pascal), na intuição do ser, cuja metáfora em Platão é o Sol. A luz é, aqui, a compreensão.

A frase de Dirac reconhece a superioridade do que ilumina tudo e todos, a beleza que pode estar presente numa equação 'inútil', sobre todas as pretensas 'descidas à terra'. Digo pretensas no sentido em que nesse processo a beleza é destruída ou falsificada.

De resto, 'descer à terra' supõe uma divisão entre os que 'vivem nas nuvens' e os 'realistas'. Nada de mais antiquado neste tempo de mundos virtuais.

 

 

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