terça-feira, 19 de novembro de 2013

UM SEDUTOR

 


"Julien tremia de pensar que o seu pedido lhe fosse concedido; o seu papel de sedutor pesava-lhe tão horrivelmente que, se pudesse seguir a sua inclinação, ter-se-ia retirado para o seu quarto durante vários dias, e não teria visto mais essas damas."

"Le Rouge et le Noir" (Stendhal)


A orgulhosa juventude impõe-se sempre o papel que a distingue do que considera a mediocridade. E não é de estranhar, porque nessa idade ainda não sabemos quem somos.

Mas que bela carreira se abre, às vezes, a essa ambição e como o caminho está cheio de descobertas sobre nós mesmos!

É, sem dúvida, uma necessidade que os jovens não possam ser justos em relação às gerações anteriores.

Se os afectos, na família, não moderassem os efeitos desse drástico juízo, não haveria sociedade.

Mas vejamos. Não há uma ideia nos himalaias mentais de Julien Sorel que não seja um lugar-comum transfigurado pela inexperiência. Um sedutor!

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