sábado, 12 de outubro de 2013

A QUEDA DOS CORPOS

"La haine" (1995)


Em "O ódio" (1995-Mathieu Kassovitz), conta-se uma anedota que resume o filme: um homem cai abaixo dum edifício de 50 andares e vai dizendo para si, ao passar pelas janelas:

- até aqui, tudo bem; até aqui tudo bem.

A moral da história é, então, que o importante não é a queda, mas a aterragem.

E, hora a hora, a vida dos três marginais de "O ódio" é como uma vertigem, sem um momento para pensar.

A partir do momento em que um aparece com um revólver nas mãos, sabemos que a "aterragem" é uma questão de minutos.

Uma necessidade, nem por ser social e indefinível, menos imperiosa, actua sobre estes seres destituídos de qualquer autonomia, como outra lei da queda dos corpos.

 

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