sexta-feira, 20 de setembro de 2013

A BALANÇA

 



"É deste modo que aqueles a quem a força é entregue pelo destino, por com ela contarem de mais, perecem.

Não podem não perecer. Porque não consideram a sua própria força como uma quantidade limitada, nem as suas relações com os outros como um equilíbrio entre forças desiguais. Visto que os outros homens não impõem aos seus movimentos esse tempo de espera que é a única origem do nosso respeito para com os nossos semelhantes, concluem que o destino lhes deu plenos direitos, e nenhuns aos seus inferiores. Vão, por isso, além da força de que dispõem."

"A Fonte Grega" (Simone Weil)


A psicologia não esclarece a nossa situação no mundo, nem as nossas relações com os outros, se primeiro não compreendermos o papel da força, que em Simone Weil é muito mais do que uma noção física.

E é também dizer outra coisa do que o truísmo de que nenhum homem pode ignorar a sua barriga.

A medida e a desmedida completam a ideia da necessidade que vem dos Gregos.

E é como se, dissipada a nuvem da imaginação, nos pudéssemos pesar numa balança.

Aquele tempo de espera é a liberdade.

 

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