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"(...) aquilo que esquecemos ter dito, ou mesmo o que nunca dissemos vai provocar a hilaridade, até num outro planeta, e a imagem que os outros fazem dos nossos actos e gestos parece-se tão pouco com a que fazemos de nós mesmos, quanto com um desenho qualquer falhado decalque em que a um traço negro correspondesse um espaço vazio, e a um espaço em branco, um contorno inexplicável."
"Le côté de Guermantes" (Marcel Proust)
Esta verdade psicológica que encontra tantas confirmações na sabedoria popular, do género de "ver o argueiro no olho do vizinho e não a tranca no nosso" não é, contudo, a última palavra.
Porque, por outro lado, aquilo a que se chama a fé em si próprio parte do princípio oposto de que são os outros que não acertam, por reduzirem todos os seus juízos a uma empírica mediania.
E o conformismo não é outra coisa senão essa vontade de nos corrigirmos em função de tais juízos.
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