Entre o prólogo e o epílogo de "O libertino", de Laurence Dunmore, ( um achado de inspiração isabelina) em que nos é perguntado se gostamos ou não da personagem (o conde Rochester), seguimos a história dum homem que não acreditava em nada, a não ser no seu niilismo.
Depois de trair os amigos e provocar o rei (um Carlos II improvável, mas interpretado por um Malkovich surpreendente) acaba salvando a monarquia com um golpe de oratória parlamentar.
Um regime salvo por uma tal homem não podia durar muito (vinha aí a Revolução de 1688).
Esta Inglaterra do século XVII é-nos apresentada como um lamaçal intransitável, tanto física como moralmente.
E à vontade de auto-destruição de Rochester não parece sobreviver nada que valha a pena.
Comparados com este libertino que o ser evaporou na "lida insana", Sade fez render um polémico talento literário e Casanova, que foi o mais feliz dos três, escapou ao castigo de D. Juan com umas prodigiosas "Memórias".
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