No Ocidente sempre se encarou com cepticismo a ideia de que o sexo estivesse excluído da arte de sedução das gueixas japonesas.
A requintada educação dessas mulheres, o cerimonial de que se rodeavam, as suas admiráveis competências para a música, o teatro e a conversação não as punham ao abrigo do desejo e da violência.
A influência ocidental e a corrupção que resultou da segunda guerra mundial vieram ao encontro desse preconceito.
Tornou-se menos raro que alguns homens brutais ou "protectores" das raparigas pobres confundissem a arte da gueixa com uma prostituição para elites.
É isso que nos vem mostrar um precioso filme de Kenji Mizoguschi: "Os músicos de Gion" (1953).
Essa ideia duma casta de mulheres dedicando a sua vida a servir uma clientela, como sacerdotisas dum erotismo sublimado, consumando um sacrifício quase idêntico ao dos "castrati" de uns séculos atrás é algo que repugna à mentalidade moderna.
Mas em que é que as nossas práticas de clausura religiosa são mais modernas?
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