Apesar dos equívocos a que se tem prestado, nomeadamente aquilo a que se chama o direito à expressão, reivindicado por uma certa contracultura, a ideia de que o ser humano precisa tanto de absorver como de reflectir as suas sensações e experiências, parece uma evidência. Desde que se entenda que o corpo não é uma esponja nem um espelho.
Aquele que se fecha, só o consegue parcialmente, e condena-se a viver em estado pítico, num crepúsculo em que a luz é quase só memória, e em que o mundo se exprime inexoravelmente. Mas é tal a sua natureza que mesmo esse lusco-fusco é habitado pela divisão de si mesmo.
Pela palavra nos possuímos, separados. Mas o regresso da infância (estado do que não fala), só pode ser como tragédia (ao contrário do “mot” de Marx).
Vem-me esta reflexão depois de ter atravessado as terras solares de Castela e Extremadura diante do silêncio.
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