terça-feira, 3 de janeiro de 2017

OS MINEIROS DA RAZÃO

(Jacques Derrida)


"O  trabalho  da  desconstrução  deixa  crescer  cada  vez  mais  o  entulho  das interpretações,  o  qual  ela  pretende  eliminar  para  libertar os fundamentos obstruídos."
(Jürgen Habermas)

Como diz o filósofo de Düsseldorf sobre Heidegger, ele representa  "o protesto contra  a  primazia  platónico-aristotélica  do  lógico  face  ao  retórico  que Derrida  de  novo  faz  ecoar."

Um curioso e inesperado 'desconstrutor' é o teorizador dos mídia, Marshall Mc Luhan. A sua ideia de que o 'medium' é a mensagem também surge em contra-corrente da lógica clássica, porque implica que a própria palavra deve ser considerada um 'medium', sem qualquer base místico-teológica. Todas as chamadas civilizações do Livro e o humanismo em geral sofrem o 'downgrading' que a  retórica, no fundo, significa.

O 'desconstrucionismo' heideggeriano é uma 'caça ao tesouro' que não pode falhar, visto que se nunca se poderá provar o que é genuíno por detrás do 'entulho das interpretações'. Também o 'explorador' não pode ser confundido com nenhuma espécie de demonstração. "Heidegger  escapa-se  à  situação  paradoxal  da  crítica  auto-referente  da  razão apenas  por  reclamar  para  o  pensar  um  estatuto  particular,  nomeadamente,  a isenção  de  obrigações  discursivas." (idem)


(...) Logo  que  tomemos  a  sério  o  carácter  'literário'  dos  escritos  de  Nietzsche,  a  coerência da  crítica  da  razão  tem  de  ser  julgada  segundo  os  critérios  da  adequação  retórica e  não os da  consistência  lógica." "(...) Na  mística  neo-pagã,  a  partir  do  carisma    transgressor  de  limites  do extraquotidiano  não  flui,  como  no  plano  estético,  nem  algo  libertador  nem,  como  no plano  religioso,  algo  renovador    parte,  quando  muito,  um  estímulo  para  a charlatanaria." (idem)

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