terça-feira, 23 de setembro de 2014

AS PÉROLAS




"Já não amamos suficientemente  a nossa clarividência quando a comunicamos"
(Nietzsche


Não é uma daquelas afirmações reveladoras da incompreensível "ineficiência"  da natureza? Pois todo o gregarismo e a própria ideia do animal social não parecem desmentir a possibilidade dessa clarividência? 

É como se uma monstruosa pirâmide só existisse para permitir a excepção que faria do cume solitário o seu habitat, irrespirável para quase toda a espécie. Que modelo se adivinha por detrás dessa contemplação privilegiada? O da ostra.

Se a morbosidade é, no caso, representada pela pérola, esta, por causa do seu preço, é a 'verdadeira' finalidade do molusco...

Esta seria a maneira filistina, como diria Marx, de ver as coisas. Porque existe uma solução para este enorme desperdício, que é a de tornar os porcos apreciadores de pérolas.

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