sábado, 13 de setembro de 2014

CAPITAL FRUSTRADO

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"Toda a vida socializada vive com o pressentimento que ela não chegará ao fim das suas energias, do seu tempo, do seu querer e dos seus desejos quando a hora soar. A vida fabrica restos, um ainda-não enorme e ardente que tem necessidade de mais tempo e de mais futuro dos que os que são concedidos ao indivíduo."

"Critique de la Raison Cynique" (Peter Sloterdijk)

Talvez que este inconformismo em relação ao destino comum derive da velhice ter perdido, na sociedade moderna, muito do seu sentido próprio.

De tal modo que, cada vez mais, se depositam irrazoáveis esperanças num progresso que parece ir no sentido contrário ao da natureza, impondo dramáticas soluções de continuidade.

O envelhecimento, que é a resposta imanente àquele sentimento de "injustiça", surge, assim, como a derradeira ofensa a um pretenso direito.

É a vida concebida como capital, gerido contra a inflação do tempo.

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