segunda-feira, 25 de agosto de 2014

O ESPÍRITO FRANCISCANO

 

"E, no entanto, este santo gentil (Francisco) parece ter aprovado as Cruzadas e acompanhado a Quinta Cruzada ao Egipto, embora não tomasse parte nos combates e, em vez disso, tivesse prègado ao Sultão."

Karen Armstrong ("The case for God")


Nem São Francisco podia saber o que trazia consigo a aprovação das Cruzadas. A Igreja seguiu o seu chefe, representante de Deus na terra. A liberdade de pensamento exercia-se dentro de um círculo incomparavelmente mais estreito do que hoje. Se Sartre pôde dizer que o marxismo era o horizonte da nossa época, Deus foi o único horizonte durante milénios. O homem caiu na sua solidão metafísica de uma tremenda altura. Não exageremos a responsabilidade do santo...

A ingenuidade (aos olhos de um céptico) de prègar ao Sultão, cabeça de uma religião que, ao mesmo tempo, se atacava militarmente, tem, por outro lado, um contraponto moderno, na iniciativa do papa de converter à amizade as duas Coreias inimigas.

O espírito não podia ser mais fora do 'horizonte' do nosso tempo, porque é de todos os tempos. E é isso que as ideologias não suportam.


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