domingo, 17 de agosto de 2014

AS TRÊS IDADES




Giorgione, o magnífico pintor do "Concerto campestre" que morreu aos 34 anos, deixou-nos outro quadro luminoso que como que resume as idades do saber: "Os três filósofos" (Viena).

Nele, vemos o mais jovem afoitamente ao trabalho de desvendar o céu, de esquadro e compasso. O ancião, relutante, vai tirar do manto os estudos que o jovem parece desprezar na sua imprudência e verdura.

Daí, que o terceiro, homem de idade madura, o tenha de convencer, pegando-lhe no braço, a mostrar o que sabe.

Vê-se que o velho gostaria de um pouco mais de respeito da parte do jovem astrónomo.

As duas partes necessárias ao avanço do conhecimento parecem de costas voltadas uma para a outra.

E é sempre preciso um mediador.

1 comentários:

Rafael disse...

O pazeamento de relações, transformando inimigos em amigos, é um fenômeno interativo e totalmente ligado às práticas da polis ateniense. Formar teias, ser um tecelão.