sexta-feira, 23 de maio de 2014

DEATH COUNTRY




Ao ver num filme de 1950, de Nicholas Ray ("In a lonely place"), Humphrey Bogart e Gloria Grahame puxarem tranquilamente do cigarro, servindo-se dele como um subterfúgio no amor, cabide de atitudes, pausa deceptiva e sei lá que mais, tenho de admitir que alguma coisa boa vai desaparecer com o tabagismo.

O tempo do cinema é já outro, com estes heróis abstinentes do fumo, mas não necessariamente de outros narcóticos, invisíveis na tela e talvez menos poluentes.

O cigarro no filme negro é como que o ectoplasma da actividade cerebral e a expressão da universal camuflagem.

Dito isto, devo acrescentar que não tenho qualquer tolerância em relação ao fumo que me obriguem a engolir.

E poesia, claro que há no cigarro, mas também, como se sabe, na morte.

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