quinta-feira, 7 de junho de 2012

O QUINTO IMPÉRIO

D. Manuel I


"Mas este rico monarca (D. Manuel) deixa o tesouro vazio porque o império é ruinoso e custa mais do que aquilo que rende."

("Portugal", Franz Villier)


A nossa geografia e o nosso território continuam a tecer as malhas do nosso destino colectivo. Se mesmo no auge da nossa história corríamos para a ruína, e depois,  com a perda da independência, a restauração no nevoeiro sebastianista, a guerra peninsular, as guerras liberais, o jacobinismo da primeira república, que prudência ou realismo tiveram alguma vez a sua oportunidade? Por humilhante que pareça, só a ditadura lhes parece ter dado, "cortando" o que excedia o 'leito de Procusta' financeiro, no que está a ser imitada pela 'troika' estrangeira. Num e noutro caso, também, à custa de nos miniaturizarem, cerceando o nosso desenvolvimento futuro. É difícil acertar na verdadeira dimensão de um país!

Parece que não 'cabemos' em Portugal. É a história do "Quinto Império" de Vieira e de Pessoa. Ainda agora, não é o Acordo Ortográfico mais uma manifestação dessa vontade de conquistar um "espaço vital" que cada vez se parece mais com uma "mania das grandezas"?

Vasco da Graça Moura fala de um "tique imperial". Mas nenhum tique é lisonjeiro. É uma doença.


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