domingo, 17 de junho de 2012

A MENTIRA REPETIDA

Edwar Saïd (1935/2003)


"O lugar onde a propaganda oficial israelita teve um êxito para além de toda a medida, e onde a propaganda palestiniana falhou por completo foi a América."


(Tony Judt, citando Edward Saïd)




E é por isso que, na citação de Judt, aquele país continua a ser o maior obstáculo a um pensamento novo no Médio Oriente. Não parece haver dúvida que as ideias, dum lado e do outro,  são obrigadas a revestir a forma da propaganda, dada a politização do conflito, mas mesmo as imagens mais terríveis de Gaza ou da Cisjordânia podem ser "neutralizadas" por outras imagens e por uma retórica mais eficiente junto dum público que se conhece. O predomínio do interesse político, económico ou cultural do eleitorado judaico, para a Administração dos EUA,  sobre a causa do povo da Palestina é de facto desproporcionado e, depois da Al Qaeda, a própria questão humanitária foi enterrada sob a razão maior da segurança para o "Ocidente", do ponto de vista americano.

Mas, como diz Judt:

"Após 37 anos de ocupação militar, Israel não ganhou nada em termos de segurança; perdeu tudo em civismo interno e respeito internacional; e viu confiscada a superioridade moral para sempre."

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