"Antígona"
"Há quase dois mil e quinhentos anos, escreviam-se na Grécia belos poemas.
"(...) Antígona é o título dum desses dramas. O tema do drama é a história de um ser humano que, sozinho, sem nenhum apoio, se opõe ao seu próprio país, às leis do seu país, ao chefe do Estado, e que naturalmente é morto de seguida."
(Simone Weil in "A Fonte Grega", tradução de Filipe Jarro)
Esta tentativa de levar a grande poesia ao operariado, inspirada na ideia de que é a arte mais pura a que convém aos infelizes, não teve grande sucesso.
Não que Simone não tivesse evitado o tom paternalista na explicação do texto de Sófocles, apesar daquela introdução fazer lembrar um conto infantil.
A simplicidade, como se sabe, é o mais difícil de atingir, sobretudo, quando se julga saber. E o verdadeiro génio só é "natural", se esquecermos o que ele próprio teve de esquecer e de sacrificar para que cada um possa encontrar um sentido na obra de arte.
O grande escolho da divulgação é que a beleza fica pelo caminho e, assim, não se chega a criar um desejo.
Havendo ainda o risco de um desconhecimento, talvez fatal, das grandes obras ser acrescentado duma experiência contrária ao próprio anseio de conhecê-las.
1 comentários:
Excelente trabalho. Obrigado.
JDACT
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