quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

A BANALIDADE DAS ELITES

(Tony Judt)



"Um compromisso com o universalismo abstracto dos 'direitos' e posições éticas intransigentes tomadas em nome deste contra regimes maléficos podem com demasiada prontidāo levar ao hábito de colocar 'todas' as escolhas politicas em termos morais binários."
(Tony Judy)

Será que este reducionismo se pode evitar quando as massas entram em 'ebulição', ou quando exercem um poder de controlo remoto?

Elias Canetti, em 'Massa e Poder', analisa este fenómeno de 'colusão' que é a força sem sujeito de uma multidão. Os movimentos da massa, embora possam ter grandes consequências na vida de uma cidade ou de um país, não chegam a ser propriamente políticos. O seu domínio é o da energia e do magnetismo. Hitler, por exemplo, intuiu o grande poder da imaginação na indução desse magnetismo.

Os nossos tempos trouxeram a esta problemática a emergência de uma nova situação em que os 'media' criam na massa potencial uma espécie de estado de alerta que dispensa a sua 'mobilização', como se dizia nos anos setenta.

A 'moralidade binária' é o produto destilado deste soçobro das elites na banalidade (do mal, apetecia acrescentar) e desta falência da cultura moderna em integrar a tradição.

É o maniqueísmo revisitado como se fosse a primeira vez.



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