quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

EM NOME DO HOMEM


(Gershom Scholem)

"O rabi Mendel reduziu a revelação a uma revelação mística, ou seja, a uma revelação que apesar de em si ser infinitamente repleta de sentido, não tem um 'sentido 'específico'"
(Gershom Scholem)

Não estará a 'revelação' dependente de um contexto, assim, devendo ter um sentido específico? Ou, são todas as interpretações possíveis independentemente do contexto, um pouco como a 'abertura' da primeira teoria do texto barthesiana?

O que parece absurdo em literatura, por exemplo, deixa de o ser no elemento místico que corresponderia, nos termos de Scholem, a uma 'redução'. Mas a revelação mística do rabi é-nos, ao mesmo tempo, apresentada como 'repleta de sentido'...sem ter um 'sentido específico'.

A qualidade do místico sugere, nesta versão, uma abertura sem resistência ao não racional. Esse nome teria todos os predicados possíveis, tal como a palavra Deus, ou como Tudo ou Todo.

Não estamos já, efectivamente, no nosso mundo que é o mundo da 'medida média' (Musil), antropológica.

Só podemos chamar a isto uma redução em nome do Homem.


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