quarta-feira, 9 de julho de 2014

APRENDER, DESAPRENDER

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"Aprender medicina consiste, em parte, em aprender a linguagem da medicina. Uma compreensão mais profunda dos juízos e das opções exige também um vocabulário mais rico do que o disponível na linguagem quotidiana."

(Daniel Kahneman, "Pensar: Depressa e Devagar")

É por isso que o Latim ou o Grego, línguas mortas assim-ditas, enriquecem tanto o pensamento. Não chegaríamos sequer a conceber alguns conceitos ou a formular certos problemas sem o vocabulário suficiente.

A redução do número de palavras que utilizamos nas conversas do dia a dia, para não falar da tendência 'telegráfica' para a desarticulação da linguagem que os 'gadgets' tecnológicos nos propõem (e com que infalivelmente nos seduzem) garante-nos o nível de consciência corpuscular em que sobrenada a maior parte das nossas ilusões.

Apesar disso, a dimensão populacional dos países mais desenvolvidos assegura a especialização necessária ao nosso futuro. (cada vez se lê menos em termos relativos, mas, seguramente, nunca se leu tanto, em termos absolutos).

A separação, no antigo Egipto, de uma casta sacerdotal é o exemplo que ocorre para compreender como o conhecimento sobrevive e passa de geração em geração, apesar (no caso) da quase escravidão da maioria.

Não menos polémica, temo, será uma interpretação em termos de imperialismo 'objectivo' e imanente.

A tecnologia exportada pelos modernos 'impérios' tira-nos a palavra em troca da comunicação universal, recolhendo os lucros e o 'soft power' que condiciona as nossas vidas o mais democraticamente possível.

 

 

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