terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

O ANÃO




"That  time  is  no  healer:  the  patient  is  no  longer  here."  

T.S.Eliot, "Four Quartets"

Em nome de uma urgência que vem dos sinais do tempo, talvez não devêssemos falar do tempo que cura. Porque essa cura é mais devedora do esquecimento e da mudança das circunstâncias do que de outra coisa.

Parece que o tirano cavalga uma vaga de fundo, mas ele é só espuma, nem sequer uma 'singularidade' americana. A verdade é que, como dizia Mainard Keynes, "a longo prazo, estaremos todos mortos". O que não é cura de facto.

O anão gesticula prodigiosamente no palco montado para ele. Já  comparam a sua vociferação a outro 'génio do mal' que o ridículo  não matou, por mais que Chaplin tentasse no no "Grande Ditador".

A estupidez, porque é disso que se trata, é uma coisa muito séria e, ultrapassa muitas vezes a compreensão. Significa que não há homem dentro da casca, mesmo quando ela é dourada. A estupidez é uma força, mas uma força empurrada.

O 'paciente' dos 'Quartets' somos nós, as vítimas da 'vaga de fundo'. E é o anão encarquilhado que se deixou endemoninhar pelo filtro 'afrodisíaco'. Não é isso que se diz do poder?

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