quarta-feira, 30 de setembro de 2015

A TEORIA DA REVOLUÇÃO

Lord Acton


"Aquilo que os Franceses tomaram dos Americanos foi a sua teoria da revolução, não a sua teoria de governo, o corte não a costura. Muitos nobres Franceses serviram na guerra, e regressaram a casa republicanos e até democratas por convicção. Foi a América que converteu a aristocracia à política de reformas e deu líderes à Revolução."
(Lord Acton)

O 'corte' dos Americanos com a Inglaterra, nem de longe nem de perto, pode ter o mesmo significado do que o corte com a tradição e os fundamentos do Estado que operou a Revolução Francesa. O primeiro foi a separação de uma nova nação com grande potencial de riqueza da potência colonizadora, concebida à luz da filosofia dos 'direitos naturais', o segundo corte foi intestino, o país separando-se do seu passado (e 'inventando' uma ancestralidade romana), e tentando refundar o Estado na base do 'contrato social' rousseauista. Como sabemos, a violência paroxística desta revolução não conseguiu melhor do que pôr um déspota 'esclarecido' no poder e, depois dele, instaurar o Estado burguês que, com parteira, ou sem ela, fazia o seu caminho 'dialéctico'.

A democracia vingou na América, que não tinha uma aristocracia a 'converter', e que era uma nação onde a igualdade dos cidadãos era a própia evidência. A escravatura tinha os dias contados. Em França não podia passar-se o mesmo. 

No "Vermelho e o Negro", de Stendhal, Julien Sorel, para fazer carreira, tem de esconder o "Memorial de Santa Helena". Napoleão crescera em ideal tanto quanto a monarquia que lhe tinha sucedido se afundava na ignomínia.

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