terça-feira, 30 de junho de 2015
ACACIANAS METÁFORAS
segunda-feira, 29 de junho de 2015
DEUS ABANDONA ANTÓNIO
sábado, 27 de junho de 2015
A VIDA SECRETA
sexta-feira, 26 de junho de 2015
O GÉNIO FORA DA LÂMPADA
quinta-feira, 25 de junho de 2015
JACOB E O ANJO
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luta de Jacó e o Anjo. Pintura do francês Alexander Louis Leloir |
quarta-feira, 24 de junho de 2015
O CUBISMO ALEATÓRIO
terça-feira, 23 de junho de 2015
A ARTE DE GOVERNAR
"A política é a arte de impedir as pessoas de meterem o nariz em coisas que lhes dizem realmente respeito."
(Paul Valéry)
Mas que estado tão avançado da civilização seria esse, em que as pessoas tivessem de ser privadas do direito a governarem o seu país, através de um artifício, para que esse governo fosse entregue a quem 'sabe', ou a quem 'pode'!
Mas o 'espírito' é que é o verdadeiro autor da frase de Valéry, que não é mais falsa do que essa outra que diz que, em democracia, é o povo que governa. Que relação pode haver entre aqueles que votam ou se manifestam, com qualquer arte de governar, ou de pilotagem no alto mar (Platão)? Uma votação pode ser uma grande onda, e milhões na rua fazem virar qualquer barco. A passagem é muitas vezes estreita, e o piloto que conseguiu salvar o seu navio, as mais das vezes, aproveitou bem a pura sorte.
Aqui a grande virtude é a coragem. Não entregar todos os nossos trunfos à sorte ou ao santo padroeiro.
Nestes encontros e desencontros, salva-se a vontade de El-Rei D. João II, a ideia colectiva da "Mensagem".
Se lermos assim a história, não há arte, nem sabedoria que cheguem para justificar a política, e a democracia, o governo do povo pelo povo, é mais do que uma metáfora.
segunda-feira, 22 de junho de 2015
A RAIZ DO PENSAMENTO
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"Este capítulo é puramente prático e diz respeito ao que actualmente é a principal marca e o elemento de insanidade; podemos dizer, como sumário, de que é a razão usada sem raiz, a razão no vazio.
O homem que começa a pensar sem os primeiros princípios adequados enlouquece, o homem que começa a pensar pela ponta errada."
"Orthodoxy" (G.K.Chesterton)
A ideia é fácil de entender. A razão não é apenas uma faculdade. Fala-se numa 'idade da razão', associando esta ao ser biológico e social que pensamos ser. A palavra processo não daria conta desta realidade (como não dá, no caso do chamado 'processo histórico'). Somos, talvez, 'processados', mas essa é outra questão.
Não pensamos só com a razão, e as mais das vezes ela não se encontra no 'estado livre', vem misturada com as emoções, os sentimentos, um ou outro 'catecismo', os preconceitos, etc. Se não fosse toda esta 'ganga', que não tem nada de abstracto, nem de alheio a nós mesmos, a razão 'pensaria' no vazio, como diz Chesterton. E quando ele fala em raízes, refere-se ao sedimento mais profundo deste meio quase caótico em que pensa a nossa razão.
Por exemplo, nada pode fazer que não tenhamos sido crianças antes de sermos homens (Alain). E a criança que fomos faz parte da raiz do que pensamos. A ideia de Freud, no fundo, não pode deixar de estar certa, mesmo se não concordarmos com o seu teatro grego.
Mas, mais do que isso, é que a razão 'purificada', liberta dos 'cavalos de Platão', não tem nenhuma razão para decidir num sentido ou noutro, quando todas as opções são abstractas e deixaram de ter qualquer contacto com a vida.
Era o que o cientista de "Ex-M dizia a propósito do quadro de Pollock. Como iniciar um movimento racional no meio do caos, recorrendo só à razão?
O triunfo da razão na nossa ciência é paradoxal. Porque, cada vez mais, colocamos a 'plataforma de Arquimedes' mais longe da Terra, sem ganharmos um novo ponto de vista. E sabemos bem demais o quanto a razão científica e aquele triunfo dependem da forma como governamos o mundo.
domingo, 21 de junho de 2015
CAÇAR RATOS
sábado, 20 de junho de 2015
A QUANTIDADE MORAL
sexta-feira, 19 de junho de 2015
O GRANDE DESEDUCADOR
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"A educação democrática, admita-o ou não, quer e precisa de produzir homens e mulheres que tenham os gostos, os conhecimentos e o carácter apoiante do regime democrático."
"The closing of the american mind" (Allan Bloom)
É o mesmo que a conhecida fórmula: "sem democratas, não há democracia."
O endoutrinamento e a 'lavagem ao cérebro' sempre foram necessários aos regimes despóticos. A democracia, pelo seu lado, precisa de cultivar a igualdade (pelo menos no plano simbólico, como nas democracias que, ao mesmo tempo, promovem a desigualdade social, mesmo extrema, como é o caso dos EUA), a tolerância e, como diz Allan, o relativismo em relação à verdade. O extraordinário sucesso da teoria de Einstein, embora nada tenha a ver com a ética, como que selou a fórmula inultrapassável (mas contraditória) de que 'tudo é relativo'.
O sistema educativo dos americanos parece ter estabelecido essa aliança espúria com a ideia deturpada da física teórica, de tal modo que, diz-nos Bloom, no seu tempo de professor, o 'relativismo' era a crença 'espontânea' dos alunos e causava escândalo que não fosse reconhecido o seu carácter óbvio.
Entretanto, os professores da democracia foram transformados em auxiliares (sujeitos a caução) do Grande Deseducador em que o conjunto dos mídia se tornou. Escusado será dizer que essa 'educação' não corresponde a um ideal, democrático, ou não, e nem sequer a uma política. É um pseudo-sistema, jogando com os destroços do antigo, uma espécie de subproduto da corrida tecnológica.
Em que se transformará, assim, o regime democrático, sem o apoio da sua Escola e da sua Universidade? É que as universidades se transformaram em mentores da organização capitalista mais do que guardiães dos princípios democráticos...
O Francis Underwood de "House of Cards" é talvez profético. Um novo Ricardo III, shakespeareano, personagem de uma ficção maior, rebolanda a sua 'corcunda' nos despojos de uma grande ideia.
quinta-feira, 18 de junho de 2015
O CÉU DE NÉON
"Falando do lugar das humanidades nas universidades, ele chama-lhes uma 'velha Atlântida submersa', para a qual, outra vez, nos voltamos tentando 'encontrar-nos, agora que todos os outros desistiram'. 'As humanidades são como o grande Mercado das Pulgas de Paris de antigamente, onde, entre montes de sucata, as pessoas com olho para isso encontravam tesouros deitados fora..."
(Prefácio de Saul Bellow ao livro de Allan Bloom "The closing of the american mind")
Diz-se muitas vezes que a 'cultura geral' (mas o que será que distingue essa cultura de um concurso televisivo, como no filme de Redford ''Quizz show"?) é a melhor formação mental para a nossa época de aceleração histórica, em que as 'aquisições' científicas ou heurísticas, nos diversos campos do saber, são cada vez mais precárias. E propõem-nos, alguns, o modelo do 'robot' multi-usos, pronto a adaptar-se às novidades 'culturais', ao sabor da moda.
A especialização a todo o custo parece levar-nos para não se sabe onde, em todo o caso, com ela, e sem um grande esforço de síntese e de elaboração crítica, abdicamos de compreender o nosso mundo. O que é muito diferente da 'alienação' do passado, na falta de uma religião para a 'era da técnica', como diz MGTavares. Porque se não podemos 'compreender' o 'mundo aberto', podemos sempre ficcioná-lo através da mitologia.
O Mercado das Pulgas de que fala Bloom tem do pior e do melhor, a sucata e a jóia, ignorada, a não ser pela espécie ameaçada dos humanistas (ameaçada, porque a ciência moderna vai no sentido oposto, do não-humanismo, apesar deste ser apenas um nível mais do antropológico).
A nossa esperança é que num mais ou menos próximo futuro venhamos a descobrir esse legado, a Atlântida submersa de Bloom, como a Europa do século XIV descobriu a Antiguidade clássica.
Paradoxalmente, isso compara-nos e à nossa era, a uma nova Idade Média, que em vez das sombras do românico, apresentasse o brilho e o ofuscamento de um céu de néon.
quarta-feira, 17 de junho de 2015
A ATENÇÃO WEILIANA
terça-feira, 16 de junho de 2015
O SILENO
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Sileno |
"Não procures verdade no que sabes."
(Sophia)
Misterioso aviso este. Devo então procurar a verdade no que não sei? Precisamente. Quando julgo tê-la encontrado e a pus na sua gaiola, já a perdi. O 'nada sei' não era uma astúcia do célebre filósofo aparentado ao Sileno para fazer falar os outros e vê-los enredados nos seus próprios jogos de linguagem.
Claro que quando alguém diz de um 'convencido' que não é 'dono da verdade', não diz o mesmo que acima. Só contesta um monopólio, não que a verdade possa estar numa gaiola científica, por exemplo.
Mas o que seria um mundo em que se tivessem perdido as convicções, por mais ilusórias que pudessem ser? Esse mundo ficaria, provavelmente, entregue aos programas, que não têm de ter fé neles próprios. Quanto aos programadores, nem teriam de ser humanos. Bastava-lhes responder a um só problema: como tornar o mundo, presente e futuro, um mundo 'sustentável', segundo um modelo matemático (mais confiável, embora, do que os modelos dos economistas).
Podemos conceber que tudo isso não fosse mais do que a 'administração' de homens e coisas, e que a verdade irrepetível de que fala o poeta pertencesse ao mundo religioso, ao transcendente?
segunda-feira, 15 de junho de 2015
O INSTINTO COMO VALOR
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