"Pais de cartão "substituem" militares dos EUA em missões no Iraque e Afeganistão
O programa começou no Maine e visa ajudar as famílias a ultrapassar as longas ausências dos soldados que servem no estrangeiro.
O tenente-coronel Randall Holbrook está no Afeganistão desde Janeiro, no Grupo 240 de Engenheiros de Augusta (Maine), a sede da Guarda Nacional. Mas em Bangor, cidade onde habitualmente reside, continua a viajar no carro entre os filhos, Logan, de cinco anos, e Justin, de 14. "É reconfortante. E ajudou muito na adaptação", disse ao Bangor Daily News Mary Holbrook, mulher de Randall, a propósito do marido a duas dimensões e de cartão que adquiriu no âmbito de um programa da Guarda conhecido por Flat Daddy, qualquer coisa como "Papá Plano"."
"O Público" de 13/9/2006
À primeira vista, parece mais um daqueles exageros a que nos habituámos, vindos do outro lado do Atlântico.
Depois, pensamos que, afinal, o que é uma fotografia que se traz na carteira senão um sucedâneo, uma ilusão que mitiga em nós a dor da ausência?
Mas não há aqui um qualquer limite transposto sem se dar por isso? Um limite do bom-senso, da sanidade mental, da auto-ilusão, o que seja?
Imaginemos, na mesma direcção, em vez do pai de cartão, um pai robot ou um pai virtual. Tudo para não enfrentar a realidade.
A ideia é, tipicamente, não crescer, não sofrer e não morrer.
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