segunda-feira, 14 de agosto de 2006

KATYUSHA, MON AMOUR



Se eu posso ver a minha casa no Google Earth, como é que o exército israelita, com toda a tecnologia de que dispõe, não sabe donde são disparados os "katyusha"?

Tenho de pensar que há uma outra razão para a retaliação falhar tão completamente. É porque esses mísseis estão espalhados por entre a população civil e, apesar de tudo, o Estado judeu não pode tratar as vidas humanas com o mesmo desprezo dos seus inimigos.

Admito até que esses milhares de civis que guardam os mísseis na própria carne se sacrifiquem de bom grado, porque, para eles, a guerra é popular e santa. Todos terão, além disso, um filho, um pai ou um irmão na guerrilha, e não haverá muita diferença entre esse sacrifício e o dos antigos germanos que expunham a família nos combates com os soldados de Roma.

Por outro lado, sabemos que a relativa humanidade de Israel é o preço a pagar para não alienarem o pouco apoio que ainda têm e, especialmente, o dos EEUU.

Dito isto, está bom de ver que aqui se joga tudo o que dá sentido a uma civilização, e os métodos germánicos são um retrocesso impensável. Não parece haver, de facto, qualquer limite moral ou psicológico para um fanatismo frio e eficaz como este.

O Terror tornou-se planetário e ninguém se pode considerar isento ou acima das partes.

0 comentários: