A verdade pichada
Hoje a conquista de Ceuta pelo 78 foi fácil ( ao contrário dos últimos dias, em que houve pandemónio). Mais adiante, as pirâmides de terra do Museu e, por todo o lado, além do pó, a babugem dos graffiti, que pelos vistos, apoquenta mais os velhos do que os novos.
E talvez haja por detrás desse sentimento algo mais do que um preconceito estético ou uma saudade. A mensagem dessas garatujas é a da desordem e a da insegurança. É tudo desleixo, ninguém liga. Razão para os mais frágeis se sentirem.
Mas esta vulnerabilidade de todas as paredes da cidade, à compulsão maníaca da pichagem, envolve-nos a todos nesse outro fenómeno social dos nossos tempos: a precariedade.
É o fim dos empregos para toda a vida e é o princípio do fim dos monumentos.
A solução está talvez na cópia pessoal.
Qualquer dia, a cada um restará ter a sua Amazónia virtual e a sua cidade de antes da invasão dos “wall-snatchers”.
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