http://hugues-bazin.recherche-action.fr/2006/12/06/complexite/
"Os sistemas complexos são incapazes de completamente apreender a sua própria complexidade (...). Eis por que, nos sistemas complexos, todas as operações são dispostas de maneira redutiva, e isso tanto relativamente à sua própria complexidade como à do seu ambiente. (...) Cada auto-observação e cada auto-descrição deve desde logo assentar sobre uma auto-simplificação."
"Politique et Complexité" (Niklas Luhmann)
Observo-me porque não me conheço. Mas as informações que recolho correspondem a uma selecção em função duma teoria simplificadora sobre mim próprio. Só essa redução pertinente da complexidade me permite comunicar com o meio ambiente sem nele me dissolver.
Luhmann diz mais, que "quanto mais rico for o equipamento semântico da auto-observação, mais o sistema pode fazer depender as suas operações internas dos acontecimentos exteriores aos quais ele deve tratar como relevando do acaso (...)"
Está aqui esboçado um esquema de interacção entre dois sistemas. Vemos, assim, que quanto maior for a informação dum sistema sobre ele próprio (e não necessariamente num sentido realista), mais está em condições de se abrir ao meio envolvente. Mas também que deverá abdicar de compreender o outro sistema (ou o seu meio ambiente) como dotado duma lógica. Em relação aos outros a teoria do acaso é a que mais se assemelha à da própria complexidade.
Claro que a psicologia constantemente infringe esta regra, e não podia ser de outra maneira.
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