"Veja-se todas essas aventuras arriscadas, quase sacrificiais e mutiladoras, em que se põe o corpo à prova. Repare-se nos atletas deficientes físicos de Atlanta que se mutilam para melhorar o seu desempenho. Isto quer dizer que o indivíduo se sente obrigado a provocar artificialmente uma espécie de adversidade que faz as vezes do seu destino."
"O Grande Jogo" (Jean Baudrillard - conversas com Philippe Petit)
E "o nosso grande problema é o fracasso do destino, a falta de destino."
Baudrillard dá de barato que a morte já não é destino, porque de algum modo conseguimos subtilizá-la, tornando-a tão insignificantemente "real" como a sua simulação no canal de divulgação científica da televisão. "Já nada acontece fora do ecrã."
Compreender como tudo funciona ( e é essa a promessa da técnica) é uma "reprise".
Daí que precisemos de inventar riscos artificiais. E que os nossos heróis sejam heróis do Guinness.
0 comentários:
Enviar um comentário