"(...) esta força de pensamento, deixai-a exercer-se, ela mata o jesuíta. A religião conduz à irredutível irreligião. Como eu compreendo que o jesuíta tema todos os que pensam e ainda mais os que estão na Igreja!"
"Propos de Littérature" (Alain)
Alain debruça-se sobre "L'Otage", uma peça, segundo ele, mais bela do que mais belo em Shakespeare, dum autor "violentamente católico": Paul Claudel.
Neste drama admirável, vemos como a política acaba por triunfar sobre o idealismo de uns e o egoísmo de outros.
Depois da queda de Napoleão, os interesses arranjam-se como podem e a Restauração triunfante já não se revê nas classes que a prepararam, cada qual empurrado pela sua paixão ou a sua mística própria, quer fosse a do rei ou a de Deus, porque é o fruto de compromissos "contra os princípios" ou o puro ganho.
Dum certo modo, é o jesuíta (com o barão de Turelure) que sai vencedor desse casamento político. Por isso se podia dizer que Claudel testemunhou contra a sua religião.
Mas aí é que está: ele não partiu dessa posição, mas do fanatismo de Georges (o monárquico) e da fé ardente de Sygne, que tinha à sua guarda o venerando refém.
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