Theodor Adorno (1903/1969)
Falando de Stravinsky e de Schönberg e do dodecafonismo, Theodor Adorno diz: "Em ambos a música ameaça se congelar no espaço. Em ambos, o todo predetermina cada elemento musical, e não há mais verdadeira interacção entre o todo e a parte. O domínio que dispõe do todo dissipa a espontaneidade do detalhe."
"Philosophie de la nouvelle musique" (Theodor Adorno)
Aqui, o espaço está evidentemente associado ao controle consciente da visão, o mais intelectual dos sentidos.
O que se diz é que o tempo, com a técnica serial, é também espacializado, construído para recusar qualquer lugar à intuição e à imaginação, que são as fontes tradicionais do processo criativo.
Quanto mais rigor, menos música. Rigor mortal.
Como se o objectivo de criar uma linguagem inteiramente artificial separasse a música do corpo e a reduzisse à lógica.
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