domingo, 3 de fevereiro de 2008

AD MAJOREM DEI GLORIAM


J.S. Bach com três dos seus filhos


"Assim, Bach dizia, quando ditava as instruções aos seus alunos com respeito ao baixo contínuo: "Deveria produzir uma harmonia eufónica para a Glória de Deus e o deleite permitido do espírito: e como em toda a música o seu finis e causa final não deviam ser outra coisa senão a glória de Deus e a recriação do espírito. Quando não se atende a isto, não há música realmente, mas ruído e uivos infernais."

"Unended Quest" (Karl Popper)


Mas por que é que a perfeição da música em si mesma, o deleite legítimo (não culpado por um abuso dos sentidos?) do espírito não eram suficientes, num homem como Bach, para levar a inspiração ao seu zénite?

De facto, para encontrarmos num artista do nosso tempo o equivalente a este grau de inspiração, o mais elevado e no espírito mais humilde, humildade que, evidentemente, nada tinha a ver com a falta de consciência sobre a sua própria competência técnica, teríamos de supor um qualquer outro ideal capaz de gerar igual entusiasmo e força de auto-superação.

Mas a crise do humanismo e as dúvidas da Ciência sobre ela própria deveriam ter então uma correspondência no declínio da arte.

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