Quando pensamos nisso, a ideia da selecção natural, que elimina as soluções menos viáveis por uma contínua adaptação, parece-se muito com o conceito do "melhor dos mundos possíveis".
E, numa altura em que se fazia das capacidades da razão e da vontade inteligente uma estimativa por de mais ingénua, aquilo que Voltaire, com tanto êxito, ridicularizou no "Candide" tornou-se uma espécie de pedra filosofal que tudo explica ou promete vir a explicar.
Mas é bom de ver que se Leibniz é, neste caso, o último a rir, com a ideia da selecção natural vemos agora o trabalho do tempo, onde antes se acreditava no milagre e, como no exemplo de Dawkins, a gradual escalada da evolução, em vez da parede a pique da Criação.
E é como se disséssemos ao projeccionista para correr o filme mais devagar, para melhor fixarmos os pormenores.
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