"Como Bertrand Russell observou ("John Stuart Mill" Proceedings of the British Academy, XLI [1955] 55): "Se se acreditasse, como já se acreditou, que a tolerância em relação a um tal comportamento poderia expor a comunidade ao destino de Sodoma e Gomorra, a comunidade teria todo o direito de interferir." Mas onde tais crenças factuais não prevalecem, a prática privada entre adultos, por mais detestável que seja para a maioria, não é um tema de acção coerciva para um estado cujo objecto é minimizar a coerção."
"The Constitution of Liberty" (Friedrich Hayek)
O comportamento em causa é, evidentemente, a homossexualidade e, no caso das cidades bíblicas, até a hesitação ou a saudade foram punidas na mulher de Lot, transformada em estátua de sal por olhar para trás, na direcção da terra a que a ligavam tão doces memórias.
Os tempos de hoje, com o fanatismo religioso à solta, permitem-nos imaginar a que extremos um estado, mesmo baseado no princípio da coerção mínima, poderia chegar, só porque determinadas crenças prevaleceriam.
Não foi isso o que aconteceu durante o McCarthysmo nos E.U.A.?
Uma certa conjuntura internacional, articulada com um movimento de opinião interna, apoiado, senão manipulado, pelas organizações nisso interessadas, podem por completo destruir a tolerância, tornando problemático o regresso do país a uma tradição democrática.
A sobrevivência da liberdade depende só duma apreciação, suficientemente massiva, do perigo, ainda que esta possa ser ilusória.
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