terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

MÚSICA DO ESPAÇO

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"A música exprime as paixões, mas à sua maneira, tomando-as a partir debaixo, e imprimindo ao corpo humano um regime de movimento que o põe em harmonia com todas as coisas. Ombreia com o ruído e o grito; são dois inimigos que sempre a ameaçam. Eis porque se atém firme ao ritmo, à simetria, à imitação, à variação, à forma, numa palavra, como a uma arma."

"Propos de Littérature" (Alain)


A música já foi assim. Mas a expressão da subjectividade revelou-se um outro inimigo da música que a levou, para lhe fugir, a paragens como as do radicalismo dodecafónico e deste a uma segunda vida da tradição, como natureza e linguagem.

É preciso dar razão a Foucault quando reúne as várias linguagens, formas e estilos duma época num único paradigma.

Esta música que já nada diz ao sentimento estético, nem se inspira na natureza mais secreta do nosso corpo, tem a mesma filiação da ciência que já vê o homem dum ponto longínquo do espaço.

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