domingo, 6 de janeiro de 2008

REMINISCÊNCIA


"Archeological Reminiscence of Millet's Angelus"
by Salvador Dali


"Porque, primeiro que tudo, eles estavam a tentar encontrar um critério que tornasse a metafísica num disparate sem sentido, pura algaraviada, e qualquer critério como esse estava a destinado a dar problema, visto que as ideias metafísicas são muitas vezes precursoras das científicas."

"Unended Quest" (Karl Popper)


Karl Popper refere-se aos filósofos da linguagem, como Wittgenstein e ao Círculo de Viena.

Esta ideia da importância da metafísica na ciência vai também contra o senso comum positivista que pretende que a observação e a experiência estão na origem da descoberta científica.

Na verdade, a percepção e a indução (que extrai dos casos a lei) nunca fariam avançar a ciência.

Como diz Popper, não existe a percepção sem um interesse e uma expectativa. Para percebermos uma lei, temos de antecipar uma qualquer teoria ou um mito que, depois, através da razão crítica, tentaremos aproximar da verdade, assintoticamente (isto é, sem nunca a alcançarmos).

E, por aí, a teoria platónica da reminiscência é verdadeira. É como se, de facto, a ideia que conjecturamos estivesse já em nós, porque da Natureza e do mundo é que ela não vem.

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