Schlichter / Blinde Macht, 1937
"O amor do poder é no fundo o desejo de estabelecer uma ordem entre os homens e as coisas à sua volta, uma ordem grande ou pequena, e esta ordem é desejável pelo efeito do sentimento do belo."
Simone Weil ("Attente de Dieu")
Perguntamo-nos se isto tem alguma coisa a ver com a realidade, quando pensamos em alguns casos concretos de vontade do poder.
Na origem, estaria a ideia socrática de que nenhum homem é mau voluntariamente, a qual, pelo menos, nos permite reconhecer a natureza e a dimensão social do homem.
Não se trata de negar a responsabilidade prática que condena a sociedade a "usurpar" uma justiça necessária. É que a outra ideia de que a raiz do mal está toda no indivíduo é tão abstracta como a própria ideia do indivíduo isolado e auto-suficiente.
Dentro desse espírito, é incompreensível que se persiga o poder sem uma qualquer ideia de ordem futura, ideia que já justificou todos os crimes no passado, como se sabe. Que esse futuro seja belo e radioso aos olhos do maior carrasco, também já se viu.
0 comentários:
Enviar um comentário