domingo, 27 de novembro de 2016

A ERÓTICA DO SUPERMERCADO

Marilyn (Andy Warhol)

O supermercado talvez seja um lugar em que Eros se dá mal.

A própria ordem dos produtos, o sistema dos preços, a replicação controlada (A Marilyn Monroe multiplicada de Warhol é uma desconstrução do desejo), tudo é mortal para o imaginário.

Não há precipitação, nem atracagem do desejo sem que se forme um objecto, e o objecto é negado pela sua replicação em série.

Nesta asséptica ratoeira, o impulso de compra releva mais do linguístico (a associação das palavras) do que duma imagem.

Por isso suponho que não haveria nada de mais inóspito para um "selvagem" do que um supermercado.

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