Albert Speer |
"Ele era mesmo de outro planeta... Os militares tinham, todos eles, aprendido a lidar com a grande diversidade de situações fora do comum, mas não estavam minimamente preparados para lidar com este visionário."
(Albert Speer sobre Hitler, citado por George Steiner)
Nenhum 'visionário' poderia submeter assim a vontade dos outros se a visão em causa não correspondesse, no espírito das massas, à reconstituição do poder numa sociedade desestruturada pela crise social e pela crise dos valores.
Tal como o indivíduo, que alguns dizem ter um cérebro reptiliano por detrás do 'sapiens sapiens', que é o nosso piloto nas situações-limite, a sociedade em vias de destruição (em direcção à 'amálgama' e ao anti-político), move-se em função da concentração de energia e dos sinais anunciadores da ordem.
A intervenção da casta militar quase sempre é motivada pela falência da política. E, como dizia o filósofo, a tirania nasce e renasce da democracia. A Primeira Guerra Mundial foi um caso típico duma acumulação de 'erros' crassos dos políticos e foi, talvez, a causa principal da outra guerra, ainda mais devastadora.
Enfim, voltando a Hitler. Quando o povo alemão se viu confrontado com as consequências do poder absoluto, a 'visão' passou a ser a dum desequilibrado mental, e as massas 'arrefeceram' até ao ponto do congelamento.
Quanto ao poder mlitar alemão talvez ficasse 'desarmado', menos pela 'visão' do que pelo próprio princípio em que ele mesmo se baseia. As massas seguiam entusiasticamente o Fuhrer. Que legitimidade poderia o exército invocar?
0 comentários:
Enviar um comentário